sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Governo federal libera Bolsa Família para 20 mil beneficiados do estado do Rio



Nova Friburgo (RJ) - Abrigo improvisado pela prefeitura de Nova Friburgo para acolher os desabrigados pelas fortes chuvas que atingiram a cidade. Foto: Valter Campanato/ABr
O governo federal anunciou a antecipação do Bolsa Família para os 20 mil inscritos no programa Bolsa Família nas cidades de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, municípios do Rio de Janeiro devastados pelas chuvas, e ajudará no pagamento de aluguel social para as pessoas que perderam suas casas, segundo balanço anunciado nesta sexta-feira (14/1), pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). Os moradores das cidades atingidas pelas enchentes poderão ainda sacar até R$ 5.400 do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
O texto distribuído pela Secom cita a Medida Provisória 522 que destinou R$ 780 milhões para a Defesa Civil e para a recuperação das estradas destruídas pela enchente. Pelo menos oito ministérios estão envolvidos nas operações de resgate, atendimento às vítimas, reconstrução das áreas atingidas e apoio pós-enchente.
O Ministério da Saúde enviou 255 mil peças de divulgação para as regiões afetadas pelas enchentes. São 250 mil cartilhas, cinco mil folhetos e spots de rádio com informações à população para enfrentamento de situações pós-enchente. Desde quinta-feira (13) estão à disposição das equipes de atendimento do Rio de Janeiro sete toneladas de medicamentos e insumos, suficientes para atender 45 mil pessoas.
Por meio do Departamento de Gestão Hospitalar no Rio de Janeiro, o Ministério da Saúde reuniu 50 voluntários dos seis hospitais federais da capital fluminense para atuarem nas regiões atingidas pelas enchentes. O ministério ainda deixou 300 profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem) de prontidão para o atendimento hospitalar. Também repassará R$ 8,7 milhões para custear a ampliação da assistência hospitalar da região e hospitais de campanha.
A Marinha do Brasil está instalando na cidade de Nova Friburgo um Hospital de Campanha (HCamp) para atendimento de urgência das vítimas das enchentes. Um Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais, composto pela Unidade Médica Expedicionária da Marinha e por componentes de comando, segurança e apoio foi enviado à cidade para avaliar a situação e selecionar o local para o posicionamento do HCamp. Trata-se do mesmo Hospital de Campanha que foi empregado, no início do ano passado, no socorro às vítimas do terremoto ocorrido no Chile. Participam da operação médicos de diversas Unidades de Saúde da Marinha, Marinheiros e Fuzileiros Navais.
A pedido do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, 225 homens da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) estão no estado para auxiliar nos resgates das vítimas. São 80 bombeiros militares especialistas em resgate, 130 policiais militares e 15 peritos. Junto com a equipe, foram enviados um helicóptero da Secretaria Nacional de Segurança Pública, um avião da Polícia Federal, material de busca e salvamento, macas, materiais de salvamento a altura e cordas.
A Força Nacional chegou na manhã de sexta-feira (14) à área atingida e atuará como apoio sob o comando da Polícia e dos Bombeiros do Rio. O foco será a manutenção da ordem pública, colaboração nos resgates e a perícia, para identificação dos corpos.
O Ministério do Meio Ambiente, por meio do Ibama e do Instituto Chico Mendes, colocou à disposição da Defesa Civil do Rio de Janeiro uma aeronave, que pode ser utilizada a qualquer momento. Além disso, uma viatura e o pessoal da base avançada do instituto em Nova Friburgo estão dando suporte aos trabalhos de atendimento às vítimas das enchentes. Outras três viaturas da superintendência do Ibama no estado estão fazendo o transporte de alimentos e remédios.
Várias unidades de conservação (UCs) administradas pelo ICMBio foram afetadas pelas chuvas: APA Petrópolis; Parna Serra dos Órgãos; APA Mantiqueira; APA Guapimirim/Esec Guanabara; Rebio Tinguá; Parna Itatiaia; e Parna Serra da Bocaina.
Todas essas UCs também colocaram seus recursos (automóveis, barcos, pessoal, equipamentos) à disposição da Defesa Civil do estado. Eles estão sendo utilizados para resgatar vítimas e corpos, transportar materiais, arrecadar doações, mapear áreas de risco, localizar de pessoas que estão em pontos inacessíveis e no direcionamento das equipes de busca e salvamento.
Goiás – O Centro Histórico da Cidade de Goiás, conhecida como Goiás Velho, fortemente atingido pelas enchentes, receberá o repasse de R$ 500 mil em caráter emergencial. O objetivo é proteger a região, um dos 18 Patrimônios da Humanidade localizados no Brasil. Dos cerca de 800 imóveis tombados, 42 sofreram danos, sendo que dois tiveram perda total.

Uma profissão em movimento


  REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 165

As especialidades mais requeridas no campo pedagógico passaram por diversas transformações ao longo das últimas décadas, derivadas de mudanças das concepções de educação e de demandas sociais
 
Marta Avancini

Fonoaudiologia escolar: especialidade abre novas possibilidades

Nos longínquos anos 60 e 70 do século passado havia uma grande demanda pela formação de administradores, inspetores, supervisores e orientadores para atuar no ambiente escolar. Nos anos 80, houve pouco questionamento sobre qual o perfil do pedagogo que deveria ser formado. A partir dos anos 90, registrou-se uma acentuada preocupação com a formação dos professores da educação infantil e dos primeiros anos do fundamental. Com a virada do milênio, entraram em cena discussões sobre a identidade profissional dos docentes, acrescidas de novas dimensões de sua atuação e formação, como o ensino a distância. Esse rápido painel, extraído do estudo "Fragmentos da formação e identidade do pedagogo dos anos 60 aos nossos dias", das pesquisadoras Marília Oliveira e Valéria Resende, da Universidade Federal de Uberlândia, em que as autoras analisam o temário de artigos publicados na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), ao longo de cinco décadas, dá uma pequena dimensão das mudanças ocorridas desde então no campo educacional. E, em decorrência, das oportunidades profissionais derivadas de suas práticas.

Nesse período, as concepções de educação, os processos de ensino e aprendizagem e o currículo passaram por várias transformações, assim como a legislação e as políticas educacionais. Os impactos dessas mudanças não se limitaram à sala de aula, abrindo novas perspectivas para professores, pedagogos e, até, para profissionais de áreas afins, como psicopedagogos e fonoaudiólogos.

Um exemplo reforça a compreensão do processo em curso. Quem tem mais de 40 anos provavelmente estudou francês na escola; hoje, o francês praticamente deixou de ser oferecido e o espanhol está ganhando espaço em virtude da lei que tornou obrigatória a oferta da língua no ensino médio a partir de 2010. Com isso, criam-se oportunidades de emprego para os graduados em letras que dominam o idioma. O mesmo ocorre com os bacharéis em música, sociologia e filosofia, que podem fazer uma licenciatura para lecionar as três disciplinas, que se tornarão obrigatórias na grade curricular a partir de 2011.

"Apesar de aparentemente estável, o currículo escolar é muito dinâmico e completamente relacionado com o contexto social", analisa Geovana Lunardi, professora do programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Por isso, explica ela, as disciplinas entram e saem do currículo a fim de atender às demandas da sociedade e a mudanças de perspectiva dentro das próprias disciplinas.

Esse processo é visível no caso das línguas estrangeiras. "A oferta de línguas nas escolas normalmente está relacionada à demanda das relações econômicas e políticas entre os
países. Este é o caso do espanhol, que se tornou importante no cenário da globalização", analisa Fernanda Castelano, professora de espanhol do Departamento de Letras da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

 As relações culturais também contam, continua a especialista. "O francês foi oferecido nas escolas brasileiras por causa da tradição literária e cultural da França no Brasil e no mundo." Com a queda da influência francesa, a língua perdeu espaço - assim como ocorreu com o italiano e o alemão, obrigatórios no início do século 20.

Para o professor de espanhol, o cenário é promissor, na opinião de Fernanda. "Em muitos lugares há falta de professores e por causa da necessidade da oferta da disciplina, estão sendo realizados concursos." As estimativas do Ministério da Educação (MEC) de 2005, quando a lei que criou a disciplina foi aprovada, indicavam que seria necessário formar 20 mil licenciados em espanhol para dar conta da demanda. A Secretaria de Estado da Educação do Paraná é um exemplo: contratou 481 professores de espanhol.

A rede estadual paranaense também contratou 348 docentes para lecionar filosofia e 241 para sociologia. "Existe um campo aberto para professores de áreas que antes não faziam parte do currículo", afirma a supervisora da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, Alayde Digiovanni.

Mas, reitera ela, as possibilidades para os profissionais da educação não se devem apenas às mudanças na legislação, que acarretam a inclusão de disciplinas na grade curricular. Estão vinculadas também às novas funções sociais e concepções da escola, que priorizam a diversidade e a aprendizagem. Por isso, diz a supervisora Alayde, a inclusão de disciplinas como filosofia e sociologia se deve a um projeto de escola da rede pública do Paraná e não, simplesmente, uma obrigação legal.
 
De olho no aluno
São vários os elementos que podem ser mencionados quando está em questão a nova concepção de escola - em construção, vale ressaltar. Um deles é a mudança de foco do ensino para a aprendizagem.

"Vivemos um tempo de transformação de referências curriculares no qual não cabe ao aluno se adaptar à escola; a escola é que deve se reconstruir para atender a toda a sua comunidade",  diz Sueli Dib, pedagoga e consultora da Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo na área de novas tecnologias aplicadas à docência.

Os desdobramentos dessas transformações são muitos para o professor e demais profissionais da educação. De um lado, pontua Neide Noffs, diretora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o docente precisa rever suas estratégias em sala de aula, deixando de se preocupar com as situações e materiais que utiliza para promover o ensino, direcionando o olhar para a maneira como o aluno aprende, a fim de potencializar a aprendizagem.

De outro, a tendência à integração curricular exige uma mudança da postura do docente e do profissional da educação, na visão de Geovana Lunardi. "O especialista parece estar se tornando obsoleto dentro da escola. A docência exige um professor capaz de trabalhar em grupo, com um conhecimento amplo e pronto para compor equipes de trabalho". Desse modo, os profissionais com papel disciplinador - como inspetores - deixaram de existir, e funções, como a de coordenador pedagógico, estão em ascensão.

É ele que gerencia, coordena e supervisiona o processo de ensino e aprendizagem numa instituição escolar. "Ele acaba somando os papéis de diferentes especialistas da área da educação", complementa a professora. Por isso, na percepção de Geovana, a tarefa do coordenador pedagógico é a que mais se destaca no contexto da escola atualmente, na medida em que ele atua como um articulador do processo de ensino e aprendizagem.

A perspectiva da inclusão
Para além do foco na aprendizagem, o paradigma da inclusão está mexendo com os papéis e espaços dos profissionais no ambiente escolar. Afinal, a partir do momento em que a escola se torna um território que acolhe a diversidade, incluindo alunos de distintas origens sociais, econômicas e culturais, além dos alunos com necessidades educacionais especiais, passa a ser necessária uma equipe capaz de lidar e articular as diferenças em prol da aprendizagem.

Tradicionalmente, o ofício do professor é solitário, cabendo a ele centralizar e coordenar o ensino e aprendizagem. Hoje, diante de tantas demandas distintas, um único profissional não é capaz de dar conta de todas elas - sejam as individuais, ligadas às necessidades dos alunos,  sejam as sociais, relacionadas ao papel que se espera que a escola desempenhe enquanto instituição.

Para Flávia Medeiros Sarti, professora do departamento de Educação da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Rio Claro, a escola enfrenta hoje um duplo movimento, pautado, de um lado, pela ampliação das expectativas sociais a seu respeito, multiplicando suas atribuições: "Espera-se que a escola prepare os alunos para a preservação dos recursos naturais, para que saibam lidar com as diferenças, para uma vida saudável, livre das drogas, das doenças sexualmente transmissíveis, da obesidade etc.".

De outro, a professora da Unesp acredita que essa "inflação" de expectativas é acompanhada por um "esvaziamento de sentidos relativos à escolarização". "Não sabemos mais que papel a escola pode e deve desempenhar na vida dos sujeitos e da coletividade. Essa situação gera uma pressão muito grande sobre a escola e seus profissionais."

É justamente nesse contexto paradoxal de ampliação e indefinição a respeito do papel da escola que profissionais de áreas afins à educação têm se inserido nas equipes das escolas - especialmente os psicopedagogos e fonoaudiólogos - abrindo possibilidades e desafios para os professores, conclui Flávia, da Unesp.

Equipes multidisciplinares
 Profissionais como o psicopedagogo e o fonoaudiólogo ganham espaço na perspectiva de uma escola que tem como objetivo central promover a aprendizagem.

"Por ter uma formação multidisciplinar, o psicopedagogo pode favorecer uma visão mais ampla sobre o processo de aprendizagem. Ele não é um profissional que lida apenas com a deficiência", explica Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia.

Desse modo, ele pode apoiar o trabalho do professor, colaborando no desenvolvimento de estratégias para potencializar a aprendizagem de alunos em defasagem idade-série ou daqueles que têm uma deficiência. O psicopedagogo também ajuda na organização dos grupos e demandas, bem como na adaptação de alunos oriundos de culturas ou contextos muito diferentes, como é o caso de alunos dekasseguis.

 "Quanto mais a escola inclui, mais amplo tem de ser o olhar", analisa a coordenadora da especialização em psicopedagogia do Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo, Georgia Vassimon. E a necessidade de ampliar o olhar está gerando mais demanda por parte das escolas e procura por formação. No curso do Sedes, estima Georgia, cerca de metade da turma de 25 alunos é de pedagogos e outros profissionais da educação. Na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que oferece graduação em psicopedagogia desde 2009, a concorrência chega a 40 candidatos por vaga.

Em paralelo, secretarias municipais e estaduais de educação começam a abrir vagas para psicopedagogos nos concursos públicos. É o caso das prefeituras de Ourinhos (SP) e  Itaberaí (GO) e da Secretaria de Educação de Rondônia, que abriu 111 vagas para esses profissionais no ano de 2010.

Assim como o psicopedagogo, a presença do fonoaudiólogo tende a crescer na escola, especialmente com o reconhecimento de uma nova especialidade na área, a fonoaudiologia escolar. Para Jaime Zorzi, membro do Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa), o profissional pode colaborar no diagnóstico, traçando um perfil das dificuldades dos alunos. "O fonoau-diólogo ajuda a caracterizar, auxilia no planejamento em parceria com a equipe da escola. Mas quem faz o trabalho na sala de aula é o professor."

Na opinião dele, os modelos de ensino atuais não são suficientes para dar conta de todos os desafios, o que faz com que, cada vez mais, mais crianças aprendam menos. "A tendência da escola sempre foi atribuir a culpa à família, mas agora já existe mais consciência de que os problemas de aprendizagem fazem parte do processo educacional", diz Zorzi.

Para Flávia Sarti, da Unesp, o aumento da expectativa em relação à escola implica  pensar novas configurações da equipe escolar e delimitar o espaço de cada um. "Isso pode significar uma possibilidade importante de desenvolvimento e de afirmação profissional para os professores da Educação Básica, desde que eles e a sociedade tenham clareza quanto às especificidades do papel da escola."

Além disso, é fundamental que os diferentes profissionais estejam afinados com o projeto da escola, o que nem sempre ocorre. Sem isso, continua Flávia, o trabalho deles corre o risco de se transformar em "ajuda ou filantropia improvisada".

Mais qualficação e mobilidade
A educação infantil e o ensino técnico são duas frentes que também estão abrindo oportunidades na área da educação.

No caso da primeira, a necessidade de expansão do atendimento (tanto na faixa de 0 a 3 anos quanto na de 4-5 anos), somada a uma atenção maior com relação ao desenvolvimento infantil gera uma forte demanda por profissionais, opina Vera Melis, que atua na Organização Mundial pela Educação Pré-Escolar (Omep).

"Há pouco mais de dez anos, houve um concurso público para contratar pessoas para trabalhar em creches, que exigia apenas que as candidatas fossem mães. Hoje em dia, não há mais espaço para isso. Existe consciência de que a educação infantil é muito mais do que cuidar", afirma Vera.

Assim, a tendência é que se exija uma formação mais densa e conhecimento sobre desenvolvimento infantil de todos os tipos de profissionais que atuam em creches, pré-escolas ou em instituições de educação não formal - do auxiliar ao "brinquedista" e recreacionista.

O ensino técnico, por sua vez, está em expansão em todo o país, abrindo possibilidades não apenas para professores com licenciatura, mas também para bacharéis e tecnólogos. Desde 2006, o Centro Paula Souza, de São Paulo, ampliou 2,5 vezes sua capacidade de atendimento, atingindo, no primeiro semestre de 2011, 65.959 vagas.

Para fazer frente à expansão, o número de professores passou de 9 mil para 12 mil, no período de dois anos - muitos dos quais não têm licenciatura. "O ensino técnico está sendo mais valorizado, ampliando as possibilidades de formação e atraindo mais alunos", diz Almério Melquíades de Araújo, responsável pela Coordenadoria de Ensino Técnico do Centro Paula Souza. 

A mobilidade dos profissionais está ocorrendo em algumas partes do Brasil, em função do crescimento do ensino técnico. Nos concursos realizados recentemente pelo Instituto Federal Fluminense, em Cabo Frio, foram contratados professores de várias regiões do país, conta o coordenador de Extensão da escola, Carlos Eduardo Robalo. "Hoje temos professores do Rio Grande do Norte, da Bahia e de Minas Gerais, algo inconcebível há 30 anos, quando comecei a lecionar."

Na contramão da moda


REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 165

Matthew Crowley, diretor-assistente de escola de ensino médio em Brockton, Massachusetts (EUA), defende letramento e capacitação profissional para melhorar a qualidade de ensino
 
Dos 4.261 alunos matriculados na Escola de Ensino Médio Brockton, na cidade de Brockton, Massachusetts (EUA), 70% encontram-se abaixo do nível de pobreza, 73% são representantes de minorias étnicas e 50% falam outro idioma em casa. Para muitos, esta seria a receita do fracasso. E era. Em 1998, quando a direção da escola recebeu os resultados do recém-criado exame Massachusetts Comprehensive Assessment System (MCAS), o sentimento geral foi de desânimo. Quase 75% dos alunos foram reprovados em matemática e 44% em inglês. Somente 7% dos estudantes alcançaram nível de proficiência em matemática; em inglês, 22% do total. Hoje, a escola é reconhecida nacionalmente por ter apenas 5% de seus alunos reprovados em inglês e 14% em matemática. O percentual de proficientes também aumentou para as duas disciplinas: 74% em inglês e 61% em matemática. Um dos responsáveis pela mudança é o professor Matthew Crowley, diretor-assistente da escola. Em visita a São Paulo para um evento promovido pela Fundação Lemann, Crowley creditou os avanços a diversos fatores. Um dos pilares da reforma foi a exigência de habilidades de leitura, escrita, expressão oral e raciocínio em todas as disciplinas. Além disso, a equipe gestora apostou no desenvolvimento profissional dos professores. Outro fator destacado foi o gasto anual por aluno na escola: US$ 12.107 (R$ 21.792). No Brasil, o valor gasto por aluno do ensino médio em 2006 era de aproximadamente US$ 1.500. Na contramão da onda de accountability que toma conta de seu país, Crowley também não viu necessidade de demitir professores, transformar uma escola em diversas menores e bonificar professores por desempenho. Em entrevista concedida à subeditora Beatriz Rey, ele explica: "não estamos num negócio em que é interessante deixar os professores irem embora. A experiência docente só faz bem para os alunos".

Como é a rotina de um professor de Brockton? 
Para os alunos, o dia começa às 7h20 e termina às 14h. Para os professores, tem início às 7h10 e acaba às 14h23. Há cinco aulas por dia, cada uma de 66 minutos. Os docentes lecionam três disciplinas por dia. Além disso, têm um período dedicado à convivência escolar, onde andam pelos corredores e pelos espaços da escola para garantir que tudo está bem e ajudar os alunos. É mais um momento em que eles se dedicam à gestão escolar, e não ao conhecimento. O outro período é dedicado ao planejamento de suas aulas. Eles podem encontrar professores e alunos durante esse momento também. Só temos aulas durante o dia - não há turmas à noite.

Qual a estrutura do currículo escolar? 
A escola atende alunos dos três anos do ensino médio. No primeiro ano, têm mais disciplinas obrigatórias, como inglês, matemática, ciências sociais e ciências. Eles podem escolher uma disciplina por dia. Quando chegam ao segundo ano, podem escolher mais - conforme você vai passando de ano, pode escolher mais aulas. Os alunos fazem cursos de línguas estrangeiras, artes, mecânica de carros, culinária... há um leque grande de opções. Somos uma escola de ensino médio abrangente.

As linhas gerais do currículo escolar são estabelecidas pelo Estado de Massachusetts. Como fica a elaboração do currículo na escola?
Nos espelhamos no currículo estadual, mas não acho que seria justo dizer aos professores exatamente o que devem ensinar. Temos um currículo próprio da escola de Brockton. Cada departamento é responsável pela produção de um guia curricular. Os professores se planejam de acordo com esses objetivos. Por exemplo, quando eu era professor e precisava ensinar as causas da Guerra Civil, pensava primeiro nas mais importantes. Para mim, uma delas foi o acordo do "Compromisso de Missouri", estabelecido em 1820 por forças pró e antiescravidão. E listava outras. Como professor, escolhia uma perspectiva com a qual me sentia confortável para ensinar. Ainda estava ensinando as causas da Guerra Civil, mas era permitido escolher a maneira mais eficaz de fazer isso.

O processo de elaboração das aulas acontece somente na escola?
Não. Professores bons passam muito tempo pensando sobre como ensinar. Para isso, precisam trabalhar em casa. É preciso ir além do que se faz na escola.

A partir da reforma que começou em 1998, as capacidades de leitura, escrita, expressão oral e raciocínio passaram a ser exigidas em todas as disciplinas. Como é isso na prática?
Na disciplina "orquestra", por exemplo, o aluno não só recebe a partitura de uma música, mas também um texto sobre quem a escreveu. Assim, conhece um pouco o ponto de vista do compositor. O estudante também deve fazer uma pesquisa para aumentar seus conhecimentos sobre o mesmo músico. Depois de tocar a música em questão, o aluno terá de explicar, numa redação, a relação entre a maneira pela qual o compositor gostaria que sua música fosse executada com a experiência de tocar a mesma música com o resto da sala de aula. Ele entende todo o contexto daquela música. Este é um exemplo sobre uma disciplina eletiva, porque faz sentido que essas capacidades estejam presentes em inglês, mas a expectativa é que você as aplique em todas as outras. Levou tempo para que os docentes aceitassem essa nova cultura. Agora, todos fazem. Ajudar os professores a entender o que esperamos deles e auxiliá-los no processo de implementação faz parte do desenvolvimento profissional que proporcionamos.

Por que a direção da escola optou por não dividi-la em instituições menores, prática comum nos EUA?
Somos a única escola de ensino médio da cidade. Além disso, não tínhamos dinheiro para construir outros prédios. Decidimos não mudar a estrutura física, mas a cultura. Sempre dizemos: você não pode discutir com a arquitetura; o prédio é como é. Mas pode personalizar a educação para cada aluno, e conhecer o máximo de alunos possível.

Ainda assim, poderiam ter recorrido a instituições que financiassem a divisão da escola... 
Não acho que o tamanho da escola importe tanto quanto a qualidade do ensino dentro da sala de aula. Uma escola pequena, com professores ruins, pode não ter bom rendimento. O que podemos controlar é a qualidade do ensino e o nível da expectativa em relação aos alunos. Sei que há pesquisas acadêmicas que apontam melhor performance em escolas menores. Não quero deixá-las de lado, mas ainda acho que se há um número ideal de alunos e não há bons professores, o tamanho da escola se torna irrelevante.

Quantos professores foram demitidos desde que a reforma começou em 1998?
Muito poucos. Chegamos ao ponto em que a maioria aceitou a mudança de cultura na escola. Não acreditamos em demissões de docentes, mas sim em ajudá-los a crescer como profissionais. Entendo que há uma era de accountability agora no país, com a lei No Child Left Behind. Se você dá às pessoas as habilidades e oportunidades de desenvolvimento profissional, não é necessário demitir.

Como vocês lidam com professores cujo desempenho é inferior em relação aos outros? 
Tentamos ser transparentes. Aqueles ruins sabem que não estão dando o melhor de si. E os melhores também sabem quem são. Eles se conhecem. Há professores que se oferecem para ser mentores dos mais fracos. É o que chamamos de co-teaching. Assim, em situações extremas, a sala do professor fraco é dissolvida e os alunos vão para outras classes. O docente fraco inicia um processo de observação do mais experiente, para registrar quais práticas são aplicadas no cotidiano escolar. O tempo de observação pode variar. Já tivemos casos de um semestre ou de um ano. Oferecemos suporte a esse professor. Pedimos a ele que faça um diário, para que anote todas as estratégias que considerar eficazes. Uma das coisas que eles percebem é que bons professores fazem o ato de ensinar parecer fácil. Demora um pouco para um docente mais fraco ou mais novo perceber as estratégias que os experientes usam. Esse caminho funcionou. Atualmente, não temos mais professores fracos. Outra solução que encontramos foi instituir um mentor para cada professor que é contratado. Um professor mais experiente o ajuda durante os primeiros anos na escola. Também focamos a oferta de formação continuada aos docentes.

Há outros tipos de apoio institucional para os docentes?
Cada departamento tem um "diretor", um professor experiente que ajuda os outros com ideias e encaminhamentos. Oferecemos aos docentes oportunidades de participar de seminários fora da escola durante o verão. Como a escola é grande, há diversos departamentos e grupos de professores da mesma disciplina que se reúnem. Também encorajamos os docentes a colocar seus planos de aula na internet, para que os outros tenham acesso. E a padronizar o processo de criar suas aulas. Quando um aluno o questiona sobre como resolver um problema complexo de matemática, o professor vai dizer: "a primeira coisa a fazer é X, e quando você chegar a esse ponto, faça Y". Assim, os alunos podem ver um adulto aprendendo e pensando em como resolver um problema.

Vocês praticaram a bonificação por desempenho durante a reforma? 
Não. Nossos professores estão atrelados a salários por contratos.

Mas o senhor considera que seria necessário ter implantado essa política?
O bônus por desempenho é um tópico muito discutido em debates educacionais. Não é necessário em Brockton. Nossos professores querem ver seus alunos indo bem. Sentem-se bem com isso. Acredito que teríamos oposição dentro da escola, porque as pessoas teriam receio de associar o desempenho ao salário.

Vocês utilizam algum tipo de avaliação de professores?
Quando são contratados, os docentes são avaliados formalmente seis vezes no ano, durante os primeiros três anos. Temos um instrumento de avaliação aprovado pelo sindicato dos professores. Um grupo composto por mim e outros gestores entra nas salas e avalia as aulas, usando os seguintes critérios: práticas pedagógicas, nível de engajamento estudantil, implantação do letramento, grau de responsabilidade dos alunos e gerenciamento da sala de aula. Depois dos primeiros três anos, essa avaliação é feita quatro vezes por ano. Foi assim que detectamos os professores mais fracos ao longo da reforma.

Os resultados da prova estadual aplicada em alunos também fazem parte da avaliação docente?
Não atrelamos a avaliação docente ao desempenho acadêmico dos estudantes. 

A fórmula do ambiente saudável


Revista Escola Pública
Gestores dos programas de saúde nas escolas passam a investir em prevenção e na compreensão da educação integral; professores e comunidade têm participação fundamental
Gabriel Jareta
Fernando Pires

Diante de um universo de dezenas de milhões de crianças e adolescentes matriculados nas redes públicas brasileiras, cabe à escola um papel preponderante na promoção da vida saudável desses alunos, em grande parte oriundos de famílias de baixa renda e com acesso restrito a serviços de saúde. Mas o que é promover a educação para a saúde no ambiente escolar? Em alguns casos, a tônica é identificar precocemente problemas como miopia ou surdez, em outros é equilibrar as orientações a respeito de educação alimentar de maneira a abordar tanto a desnutrição quanto a obesidade, mas às vezes é simplesmente mostrar a uma criança, pela primeira vez, como se usa um banheiro, como nas "escolas das águas" do Pantanal sul-matogrossense.
A visão atual da promoção da saúde e da prevenção a doenças nos ambientes escolares aponta que as atenções devem estar voltadas, principalmente, para uma educação integral, em que os temas de saúde perpassem não só as várias disciplinas, mas também envolva professores, funcionários, comunidade e poder público. Na prática, porém, o modelo de "correr atrás do prejuízo" continua em vigor em grande parte das redes. "Os programas, de maneira geral, têm uma visão muito pontual da doença. Se há um surto de dengue, vão tratar a dengue, se é leptospirose, fazem uma campanha. A questão é que grande parte das doenças (que atingem as crianças em idade escolar) são evitáveis", afirma Maria Cecília Focesi Pelicioni, professora livre-docente do Departamento de Prática de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).

Para a pesquisadora, a ideia de um ambiente saudável na escola engloba desde questões que envolvem meio ambiente, saneamento e merenda escolar até a preparação de professores e funcionários para lidar com as necessidades de saúde dos alunos. "A educação em saúde ainda traz um ranço antipático, de imposição, uma visão higienista e de limpeza. A nova visão é aquela que visa fazer com que o indivíduo assuma o controle de sua saúde, que mostre às crianças o valor de ser saudável", defende. Um exemplo prosaico da pesquisadora diz respeito ao piolho. Até bem pouco tempo atrás, a orientação de muitas redes era mandar de volta para casa as crianças que tivessem as cabeças com piolho, o que, na opinião dela, é uma atitude contrária a essa compreensão. "Criança ter piolho é uma coisa natural e a família não pode faltar ao trabalho por conta disso. A escola tem de ser um ambiente favorável ao estabelecimento de relações positivas", diz.
De fato, atualmente algumas experiências em redes públicas municipais e estaduais mostram que atribuir à educação em saúde um caráter preventivo e de maior amplitude traz mais efeitos positivos do que nortear o planejamento pelo combate pontual a doenças sazonais ou males que afetam os estudantes em determinados períodos ou faixa etária. O próprio programa do governo federal para lidar com esse tema, o Programa Saúde na Escola (PSE), foi instituído com orientação voltada para "promover a formação integral dos estudantes da rede pública de Educação Básica por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde" (leia mais na página 28).
De acordo com a coordenadora executiva do PSE no Ministério da Educação (MEC), Clarisse Filiatre Silva, o objetivo principal do programa é enfrentar as "situações de vulnerabilidade", com prioridade para a Educação Básica. Pelo planejamento, o programa começou a ser implantado em 2008 na base da pirâmide dos municípios de acordo com o Ideb, e deve atingir em torno de 23,5 milhões de crianças até 2011. As ações envolvem desde a avaliação das condições de saúde dos alunos até a capacitação de professores para lidar com temas como prevenção ao uso de drogas e orientações alimentares. "O governo não quer substituir a formação, mas contribuir para ela. A temática da saúde deve abranger todo o projeto político-pedagógico, com o envolvimento da comunidade e das famílias", afirma Clarisse.
Comunidade envolvida
Fora do âmbito do PSE, a experiência tem comprovado que os municípios que envolvem a comunidade nos projetos de saúde na rede escolar parecem ter resultados mais positivos. Em Anápolis (GO), cidade com cerca de 300 mil habitantes e 30 mil alunos na rede municipal, o dia de avaliação de saúde nas escolas é um dia especial, segundo a secretária de municipal de educação, Virgínia Maria Pereira de Melo. "Geralmente a avaliação é feita num sábado de manhã, com a presença dos pais, com pipoca, cama elástica. Vira um dia de festa", conta. A triagem envolve a avaliação geral da saúde, exames de acuidade oftalmológica e auditiva e exames clínicos. A ideia é que cada aluno tenha seu prontuário de avaliação desde o ingresso na rede - quando é necessário, os casos mais complexos são encaminhados para os postos de saúde ou para tratamento especializado.
As principais ocorrências verificadas se referem a problemas auditivos, deficiências visuais e verminose. "Há uma porcentagem significativa de alunos com problemas de surdez. A triagem oftalmológica também diagnosticou casos bastante sérios, como catarata", diz. Num primeiro grupo de 3 mil crianças avaliadas em 2009, 90 delas precisavam usar óculos, mas a incidência aumenta quando são incluídos na conta os alunos da educação especial e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Mais do que o diagnóstico precoce de algumas doenças, a atenção à saúde na escola também pode evitar casos mais dramáticos, como o de uma mãe que só na triagem descobriu que seu filho, matriculado no 2º ano do ensino fundamental, era cego de um olho. "A mãe saiu daqui chorando, mesmo porque ela brigava muito com o menino, di­zia que era desatento, vivia esbarrando nas coisas, se machucando", conta a secretária.
Em Natal (RN), o projeto "Caravana da Saúde Escolar" também busca o envolvimento da comunidade para promover ações de prevenção. O projeto surgiu em 2007, motivado pelo baixo desempenho dos alunos da rede escolar da cidade nas avaliações. Ao investigar as causas dos seguidos resultados negativos, os técnicos da secretaria detectaram grande quantidade de problemas relacionados à deficiência alimentar e à falta de avaliação auditiva e visual, junto com o tratamento necessário. "Não havia condições para oferecer serviços, como dar um par de óculos ou um aparelho auditivo", conta Ana Tânia Lopes Sampaio, secretária de saúde do município.
Diferenças regionais
Entre as ações para tentar reverter esse quadro, a prefeitura implantou em setembro de 2009 o projeto da Caravana, que consiste hoje em duas unidades móveis com equipes multiprofissionais para fazer as triagens entre os alunos e capacitar professores para identificar alguns quadros de doenças comuns. Após passar pela triagem, os casos que precisam de atenção são encaminhados para a unidade de saúde da região. Em parceria com uma ONG, a prefeitura também promove a identificação precoce do câncer infantil. Com o objetivo de atender a cerca de 50 mil estudantes na cidade, a secretária prevê que o resultado da Caravana se refletirá em avanço na avaliação da rede escolar e, em paralelo, economia nos recursos da pasta da saúde. "Há muito enfoque na doença, o que proporciona maior demanda na recuperação. Nossa meta é reverter com a atenção básica.

Procuramos fazer uma promoção da saúde de forma articulada, intersetorial, para melhorar a qualidade de vida como um todo", diz Ana Tânia.
As características sociais e geográficas de municípios e estados também têm influência na hora de planejar as ações de educação para a saúde. Grandes centros urbanos, como São Paulo, ou regiões com maior índice de desenvolvimento econômico, como o Estado de Santa Catarina, demandam maior atenção a questões de saúde do ponto de vista social. Preocupações de atenção básica, relacionadas à higiene e saneamento básico, perdem espaço para problemas relacionados a sexualidade, drogas lícitas e ilícitas e violência. Por outro lado, municípios como Corumbá (MS), localizado em uma área que envolve o Pantanal sul-matogrossense e com uma grande extensão de fronteira, as atenções são voltadas para questões de saúde básica.
De acordo com o secretário de educação de Corumbá, Hélio de Lima, ex-secretário estadual de educação do Mato Grosso do Sul de 2002 a 2006, o município procura integrar o planejamento de ações periódicas, como a prevenção à dengue, à execução de projetos mais amplos e contínuos, como o trabalho com os "escovódromos" para promover a saúde bucal. As ações básicas se estendem também às "escolas da águas", responsáveis por mais de 2 mil alunos da educação infantil ao 9º ano do ensino fundamental, localizadas em fazendas pantaneiras e próximas a áreas alagadas - algumas delas com alojamentos que abrigam os alunos que permanecem lá durante a semana e voltam para casa nos finais de semana. Segundo o secretário, em algumas dessas escolas é preciso ensinar aos alunos noções básicas de higiene, como passar a fazer as necessidades em banheiros, e não na água, como é costume em algumas casas. "O Pantanal é cíclico, depende da água, então nossas atenções devem estar voltadas para essas particularidades também", diz.
Com cerca de 100 mil habitantes e 18 mil alunos nas escolas do município, Corumbá enfrenta outro desafio nos últimos anos: lidar com a quantidade cada vez maior de alunos bolivianos na rede municipal. De acordo com o secretário, embora muitas famílias da vizinha Bolívia já utilizem o sistema de saúde da cidade, ainda não é possível identificar os reais motivos que levam as crianças estrangeiras à rede escolar do município: se é apenas o ensino, o uniforme ou a alimentação. "A questão é que temos de fazer esse trabalho de base tanto com o brasileiro quanto com o boliviano, mas sobre eles quase não temos informação. A criança entra num carro depois da escola e vai pra Bolívia, não temos controle", relata Lima.

Papel do professor
Além do envolvimento da comunidade, outra questão clara a respeito da promoção da saúde na escola é o papel fundamental do professor nesse processo - não só como orientador, mas também na detecção de doenças ou riscos e encaminhamento correto. Em Santa Catarina, por exemplo, a política de promoção de saúde e cultura de paz estabelecida pelo governo estadual está inserida nos conteúdos curriculares e faz parte do cotidiano dos professores. "Esse trabalho deve ser feito de forma interdisciplinar e sistemática, de modo que a criança e o adolescente se tornem sujeitos do processo. Mas as disciplinas com mais afinidade, como ciências e biologia, tomam a frente", afirma Rosimari Koch Martins, coordenadora do Núcleo de Educação e Prevenção da Secretaria de Educação de Santa Catarina.
Segundo ela, os professores passam por um trabalho de capacitação para lidar com as questões básicas de saúde e ter atenções voltadas para uma tríade em especial: sexualidade, drogas e violência. Com o investimento em orientação do educador, ela conta que já está recebendo relatos "muito positivos" de algumas unidades escolares. "As dificuldades existem porque o professor ainda não está apto para enfrentar essas questões, geralmente por conta de uma deficiência de formação. Estamos tentando nos articular ao ensino superior para formar professores mais aptos a lidar com esses temas", diz.
Em Natal, antes de as caravanas da saúde chegarem às escolas, os professores recebem manuais de orientação e são capacitados para entender algumas queixas ou interpretar sinais que nem sempre as crianças relatam aos pais ou aos médicos. "Na nossa rede o professor também tem uma função de agente de saúde, esperamos que seja capaz de identificar sinais de violência, de doenças mentais ou problemas com relação a drogas", afirma a secretária Ana Tânia. Na capital potiguar, as campanhas de prevenção também são direcionadas aos professores, com a distribuição de material informativo e avaliação de problemas comuns aos educadores, como os que atingem as cordas vocais.
Para Maria Cecília Pelicioni, da USP, os professores devem estar atentos a pequenos detalhes, como alguma mudança de comportamento, o modo de andar ou a postura da criança - e, a partir daí, relatar e encaminhar o problema já com observações mais consistentes. "Também fui professora, sei a quantidade de coisas que se tem pra fazer, mas a relação que o professor tem com a criança, ninguém mais tem. É comum o professor passar mais tempo com a criança do que os próprios pais, e eles devem estar treinados para perceber certas coisas que nem os pais percebem", afirma. Na opinião dela, essa "relação favorável" do professor com a criança deve se estender aos outros funcionários da escola. "A preocupação com o ambiente saudável deve abranger desde o porteiro, que acolhe as famílias na entrada, até a direção, que é quem deve passar essa visão aos professores", ressalta.

O fator humano


Revista Escola Pública
Boas iniciativas na área de recursos humanos podem fazer com que os trabalhadores da educação se sintam parte do processo educacional e ajudem a melhorar o convívio e a aprendizagem
Gabriel Jareta
A secretária Eliane Baltazar Godoi, de Votuporanga (SP), incentivou a autonomia e a parceria entre os funcionários com a revisão de todo o organograma
Todos os dias, as 161,7 mil unidades escolares públicas espalhadas pelo Brasil e os 45,2 milhões de alunos que nelas estudam dependem do bom funcionamento de uma complexa engrenagem para que os objetivos finais da escola - a socialização do aluno, o ensino e a aprendizagem - sejam cumpridos de maneira eficiente. As peças mais importantes dessa máquina são as pessoas: diretores, coordenadores, professores, funcionários, técnicos, secretários e prestadores de serviço. Esses profissionais precisam estar comprometidos com a missão da escola e alinhados às expectativas dos gestores e da sociedade, inclusive no que diz respeito a metas, devem conhecer suas atribuições de maneira clara e contribuir para a circulação das informações. Em contrapartida, esperam reconhecimento por parte dos líderes, salários dignos, possibilidade de ascensão na carreira e boas condições de trabalho.

Em tese, esses componentes básicos da gestão de pessoas pouco diferem do que os trabalhadores da iniciativa privada esperam do departamento de recursos humanos. Na prática, porém, as dificuldades em implantar políticas de gestão de pessoas mais arrojadas no setor público costumam esbarrar no engessamento da estrutura administrativa de estados e municípios e em um certo "ranço" atribuído ao funcionalismo público, que envolve características negativas como desmotivação, desinteresse e individualismo. Mesmo assim, soluções para equacionar essa diferença entre teoria e prática aos poucos começam a surgir por iniciativas internas - e em diferentes níveis - da administração pública.

Na Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria Luiza Aléssio é a responsável pela diretoria de Fortalecimento Institucional e Gestão Educacional, que oferece cursos na Escola de Gestores em nível de especialização. "Procuramos oferecer um conteúdo voltado à gestão democrática, mostrando que o gestor não trabalha sozinho. A motivação dos funcionários e professores acontece quando eles estão envolvidos em um projeto em que acreditam e que ajudaram a criar, por isso a importância de ajudarem a elaborar o Projeto Político-Pedagógico da escola", explica. Desde 2007, em torno de 10 mil profissionais passaram por essa pós-graduação em parceria com as universidades federais.

Os resultados mais relevantes aconteceram em redes com "condições mais adversas", que obtiveram melhora nos índices de avaliação justamente pelo envolvimento entre gestores, professores e comunidade. "O que buscamos é um debate sobre mediação de conflitos, questão muito forte nas escolas. São muitas as populações que têm de conviver juntas no ambiente escolar, 200 dias letivos por ano", aponta.

Entre os gestores, parece ser cada vez maior a percepção de que funcionários e professores estão deixando de lado o "cada um faz o seu" e passando a se envolver em questões coletivas sobre o ambiente escolar. Para o secretário estadual de Educação do Espírito Santo, Haroldo Corrêa Rocha, os profissionais da educação hoje querem "mais clareza e mais diretrizes". "O Brasil, de modo geral, está superando a fase em que o funcionário da escola e o professor eram os ´antigoverno`. Se a pessoa acha que a função do governo é só empregar e a finalidade da escola é o funcionário, e não os alunos, já não tem mais lugar. É uma questão-chave que os profissionais devem entender: a escola existe para os alunos", afirma.

Engajamento
Dar início a um processo de gestão de pessoas consistente envolve conquistar o engajamento desses profissionais no projeto da escola ou da secretaria, uma tarefa que provavelmente exigirá tempo e trabalho árduo dos gestores, mas que tem grandes chances de se traduzir em bons resultados em médio prazo. Para a educadora Angela Mello, coordenadora do curso de Gestão para o Sucesso Escolar da Fundação Lemann, a primeira exigência é estabelecer uma pauta detalhada sobre as questões a ser discutidas e, a partir daí, encontrar os pontos convergentes da equipe. "O universo da escola é variado, rico em ações. Para conseguir o engajamento é preciso saber como pensa cada um, quais os valores em comum. Se 80% do grupo pensa de uma mesma maneira, o gestor já tem ali um ponto de apoio", diz.

Conquistar o engajamento dos próprios gestores também é um desafio. Quando uma secretaria decide implantar um projeto de gestão de pessoas, depende diretamente da adesão dos diretores, especialmente em redes maiores.

"Há uma dificuldade grande do diretor em lidar com o processo de gestão de pessoas, a formação não prepara para isso, eles não aprenderam técnicas de gestão. Quando uma iniciativa funciona, é porque dependeu muito das habilidades pessoais do gestor", afirma Angela.

Na opinião do consultor em educação Júlio César Furtado, diretor do Centro Universitário Uniabeu, a motivação dos profissionais para o trabalho em equipe está baseada em três pontos: 1) a participação de docentes e funcionários na "autoria" do projeto; 2) os membros da equipe precisam compartilhar a mesma visão a respeito do futuro; e 3) os profissionais precisam encontrar respaldo no grupo, para trabalhar com tranquilidade, sem clima de competição. "Esses três passos, comprovadamente, aumentam o nível de motivação individual e da equipe, caso os elementos básicos de motivação, como remuneração e condições de trabalho, estejam em níveis satisfatórios", explica.

Fora do ambiente escolar, uma pesquisa realizada pela consultoria Gallup em 2008 revela que apenas 22% dos profissionais brasileiros estavam "engajados", contra 17% "desengajados", uma categoria descrita como causadora de "dano permanente ao moral dos colegas no processo". Os 61% restantes correspondem aos "não engajados", aqueles que podem pender para ambos os lados.

Papéis definidosMuito da motivação depende de como os papéis são distribuídos na organização: quando não há esbarrões entre o trabalho de um e de outro e quando cada profissional sabe o que se espera dele, o ambiente se torna mais propício para que os objetivos comuns sejam alcançados. No município de Votuporanga (SP), o trabalho de gestão de pessoas na rede escolar, iniciado em 2009, teve como um dos pontos de partida a atribuição de papéis. De acordo com a secretária de Educação, Cultura e Turismo da cidade, Eliane Baltazar Godoi, os líderes do processo sentaram-se frente a frente com os funcionários para discutir a função de cada um. "Começamos a rever todo o organograma da secretaria, tanto do pessoal interno quanto externo, nas unidades escolares. Isso deu início a uma reflexão sobre o próprio trabalho. As pessoas começaram a trabalhar mais em parceria, respeitando espaços e a autonomia dos outros", conta.

De acordo com a psicóloga Andréia Araújo, da consultoria educacional Humus, uma das maneiras de engajar os funcionários é disseminar as metas e a missão da organização de tal modo que eles mesmos sejam seguidores e defensores dessa cultura. "É preciso combinar uma série de fatores a fim de criar uma força de trabalho em que as pessoas estejam envolvidas com o que fazem, compartilhem da cultura organizacional, valorizem a organização e lutem pelos seus ideais", afirma.

Esses fatores podem ser aplicados pelos gestores no cotidiano escolar sem maiores sobressaltos. São questões como manter uma comunicação aberta, possibilitando retorno, críticas e elogios em via de mão dupla; permitir fácil acesso à chefia para que os funcionários possam expor dúvidas, anseios e sugestões; elogiar o trabalho benfeito, nos planos individual e coletivo; promover trabalhos interessantes para que tudo não caia na rotina; tratar as pessoas com respeito; organizar momentos para celebrar o sucesso. "Para que a motivação flua é necessário criar condições favoráveis", diz a psicóloga.

O respeito às pessoas e o reconhecimento de que elas são parte fundamental do processo educacional podem ser a chave para transformar uma equipe desmotivada. Em muitos casos, isso não requer nem alto investimento nem trabalho extra. Em Itaquaquecetuba, região metropolitana de São Paulo, o trabalho da secretaria de educação começou com a "humanização do atendimento" e pequenas confraternizações para celebrar o aniversário de membros da equipe e datas comemorativas. "Fazemos tanta festa junina nas escolas, por que não fazer uma para os servidores? Por que não uma festa de Dia das Crianças com a família dos funcionários", questiona a titular da pasta, Marina Della Vedova. "São atitudes com um custo irrisório para um alcance muito grande", diz.

RemuneraçãoMais além das relações entre as pessoas, um tema recorrente na discussão sobre as políticas para os servidores das redes diz respeito à remuneração. Afinal, nenhum discurso ou boa intenção se sustenta com salários atrasados ou cifras muito defasadas. Mas especialistas em RH reconhecem que uma remuneração acima da média pode aumentar os níveis de satisfação, mas não garante o engajamento, que depende muito mais de questões internas. Para Angela Mello, da Fundação Lemann, um contracheque magro pode ser um fator de desmotivação, mas salários altos não proporcionam motivação instantânea. "Os salários são uma queixa generalizada na rede pública, mas não existe uma relação direta entre bônus (financeiro) e motivação. A bonificação pode ocorrer de outras maneiras, como a flexibilização da carga horária ou a concessão de tempo para estudos", diz.

Mesmo assim, mostrar que o gestor reconhece e respeita o profissional em um ponto vital - a remuneração - pode ajudar a trazer o interesse de volta. No Espírito Santo, por exemplo, a valorização do professor acompanhou a "profissionalização do trabalho", com o estabelecimento de bônus em dinheiro para metas alcançadas, calendário anual com os dias exatos de pagamento e uma curva ascendente de salários: um professor em início de carreira em 2003 recebia R$ 421,00 mensais por 25 horas. Hoje, esse valor é de R$ 1.650,00 para a mesma carga.

Pelo menos 5 escolas estão alagadas no Rio


A Secretaria de Educação do Rio de Janeiro divulgou balanço informando que pelo menos cinco escolas estaduais na Região Serrana do Rio foram alagadas pelas chuvas. O Colégio Estadual Cardoso Fontes, em Petrópolis, C.E Higino da Silveira e C.E Lions Club, em Teresópolis, C.E Dr. Feliciano Costa e C.E Dr. Vicente de Moraes, em Nova Friburgo.

Pelo menos outras três unidades estão sem acesso no momento, como o Colégio Estadual Professora Zélia dos Santos Cortes, C.E Doutor Tuffy El Jaick e Escola Estadual de Educação Especial Neusa Goulart Brizola, todas em Nova Friburgo. A Secretaria ainda tenta contato com diversas unidades, que estão sem luz e sem telefone.

Três escolas servem de alojamento para desabrigados da tragédia, o Colégio Estadual Coronel João Limongi, em São José do Vale do Rio Preto, Ciep Brizolão 123, em Friburgo, e Ciep Brizolão 281, em Petrópolis. O Ciep 472, em Itaipava, funciona como central de recebimento e distribuição de donativos e o Instituto de Educação de Nova Friburgo está recebendo corpos de vítimas.

No total, a Secretaria de Educação possui 54 unidades escolares na Região Serrana, sendo 27 em Nova Friburgo, 11 em Teresópolis, 15 em Petrópolis e uma em São José do Vale do Rio Preto. Nesta sexta-feira equipes da Secretaria estarão na região para avaliar prejuízos e tomar providências.

Cursos de Pós-Graduação Gratuitos no CEFET/RJ

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Sisu/MEC: site informa sobre sistema de seleção

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A experiência estética em Schopenhauer

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Especialização em Dificuldades de Aprendizagem: Prevenção e Reeducação

Formulario de Inscrição.
Período de Inscrição: 01/11/2010 a 03/02/2011


Local:
UERJ, Rua São Francisco Xavier, 524, Pavilhão João Lyra Filho, Bl. E - (Centro de Treinamento) - sala a confirmar - 1ºandar
Carga horária:360 h

Período de realização do curso:
11/04/2011 A 30/04/2012, 2ª e 4ªf. 18:00 às 21:45h.



CENTRO DE PRODUÇÃO DA UERJ
Rua São Francisco Xavier, 524, sala 1006, bloco A, 1º andar
Maracanã - Rio de Janeiro-RJ
Atendimento na recepção: 9h às 18h.
Informações: Tel (021) 2334-0639
E-mail: cepuerj@uerj.br 



UNIDADE RESPONSÁVEL E LOCAL DE INSCRIÇÃO: Secretaria de Pós Graduação em Educação
Pavilhão João Lyra Filho, sala 12.031, Maracanã.
Telefone: 2334-0647
www.edulatosensu.uerj.br

Antibiótico: usar ou não usar, eis a questão

Antibiótico: usar ou não usar, eis a questão: "

Texto retirado quase que integralmente do Blog do Tio Thiago, colega pediatra de Florianópolis que escreve para as mamães e papais em uma linguagem fácil e divertida. Vale muito a pena visitar.


AntibióticosAo examinar uma criança ... com febre, logo pensamos em infecção ... infecção é a 'ação exercida no organismo por agentes patogênicos: bactérias, vírus, fungos e protozoários' ... Bactérias são diferentes de vírus, de fungos e de protozoários ... fazendo com que precisemos de armas também diferentes para combatê-los ... A febre sobe no início da infecção, mostrando ... que está tendo briga no pedaço (nossos soldados encontraram os vírus e começaram a combatê-los). Depois do segundo ou terceiro dia, nosso organismo costuma dar conta do recado, a febre vai indo embora e as secreções (coriza, vômito, diarréia, muco) vão limpando a cena do combate.

As bactérias já são um pouco mais danadas que os vírus. Nosso exército até tenta lutar ... Aos poucos, o sinal de alerta vai se tornando mais frequente (a febre deixa de ser espaçada e aparece a intervalos cada vez menores) e a secreção (catarro) mais amarelada e esverdeada, mostrando que há muitas bactérias no pedaço. Nosso exército precisa de reforços! É aí que entra o antibiótico: um verdadeiro tanque de guerra que ... entra na circulação sanguínea e vai até o local de batalha ... com a finalidade de destruir as bactérias invasoras.

Se chamamos o tanque de guerra adequado (uso de antibiótico correto), conseguimos matar todas as bactérias, sem abalar as estruturas adjacentes ... Se o tanque de guerra for muito grande (antibiótico mais forte do que é preciso), ele acaba passando por cima de mais bactérias do que deve, fazendo um estrago desnecessário...

... se o tanque passar na rua em um momento em que não está tendo guerra de bactérias, mas guerra por vírus, ele vai ... matar tudo que tem ao redor, menos os agentes da infecção, já que os vírus não são destruídos por esta arma ... Além de não matar os vírus, pode ocorrer algo inusitado: uma bactéria paparazzi fotografa a arma e divulga para todas as outras como o tanque funciona. Quando ele aparecer para uma briga de verdade, as bactérias ruins já conhecerão o seu mecanismo de ação e, portanto, estarão RESISTENTES a este antibiótico, tornando-o ineficaz para o combate da infecção ...

Antibióticos... Nem sempre uma garganta vermelha tem bactérias para serem combatidas. Na maioria das vezes ... a infecção é causada por vírus. Portanto ... nada de sair por aí tomando antibiótico quando a garganta estiver irritada. O médico deve ser consultado para comprovar a real existência de bactéria, já que ela não usa uniforme com identificação!


Perfeita a explicação, não?

Leia a postagem na íntegra!

Fonte: Blog do Tio Thiago

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UFRJ divulga primeira chamada do vestibular 2011

UFRJ divulga primeira chamada do vestibular 2011: "

RIO - Os candidatos a uma vaga na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) já podem conferir a lista dos aprovados no processo seletivo da própria universidade para preenchimento de 40% das vagas
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Ministério Público do Rio auxilia no reconhecimento dos corpos na Região Serrana

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RIO - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) enviou para a Região Serrana dois peritos legistas da equipe do Grupo de Apoio Técnico Especializado (GATE) para ajudar na identificação e liberação dos corpos
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Programa Rio Sem Homofobia faz Seleção Pública para preencher 26 vagas



Estão abertas até às 19h da próxima segunda-feira, 17/01, as inscrições para o Processo Seletivo Público Rio Sem Homofobia realizado pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que tem por objetivo selecionar profissionais para promover a implantação, operacionalização, monitoramento e avaliação do Programa Rio Sem Homofobia, seus serviços e equipamentos. O Centro de Produção da Uerj (Cepuerj) é o organizador.

A Seleção Pública irá preencher vagas sob a forma de contrato de prestação de serviços pelo prazo de um ano, podendo ser renovado por mais um, para as funções de: Psicólogo, Assessor Jurídico, Assistente Social, Auxiliar de Serviços Gerais e Segurança, totalizando 26 vagas. Os aprovados irão integrar as equipes do Centro Metropolitano de Referência e Promoção da Cidadania LGBT, do Centro Regional de Referência e Promoção da Cidadania LGBT de Duque de Caxias e do Disque Cidadania LGBT.

O Processo Seletivo compreenderá etapas de análise de currículo, avaliação escrita e entrevista. Os vencimentos variam de R$ 550,00 para auxiliar de serviços gerais a R$ 1.904,00 para advogados, psicólogos e assistentes sociais. O número de vagas e a carga horária semanal variam de acordo com as funções e o local de trabalho escolhidos.

As inscrições devem ser feitas pela internet, no site do Cepuerj –www.cepuerj.uerj.br. O valor da taxa de inscrição para os cargos que exigem ensino fundamental completo é de R$ 10, 00, para os cargos que exigem ensino médio completo é de R$ 20,00 e de R$ 30, 00 para os que exigem ensino superior completo.

Mais informações, acesse o edital da seleção, envie um e-mail paracepuerj@uerj.br ou telefone (21) 2334-0639.


Fonte:Comarke – Centro de Produção da Uerj

Divulgadas datas para Cursos Livres de Inglês e Alemão da Uerj

De 28 de fevereiro a 04 de março de 2011 estarão abertas as inscrições para os Cursos Livres de Inglês e Alemão do Núcleo de Ensino de Línguas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Nel). Para os alunos que irão realizar renovação de matrícula, o período vai de 21 a 25 de fevereiro. Neste semestre, são oferecidos os módulos: Inglês Regular, Leitura em Inglês, Inglês para Conversação, Alemão para Viagens e Alemão Regular (Nível 3). As inscrições devem ser feitas pela internet, através do site do Centro de Produção da Uerj (Cepuerj) www.cepuerj.uerj.br. A fase de agendamento para os testes de nivelamento vai de 10 de janeiro a 19 de fevereiro e pode ser feito também pelo site.

Os cursos livres de idiomas do Nel têm o objetivo de desenvolver habilidades linguísticas em inglês e alemão para  fala, escrita, conversação e leitura.

O valor individual à vista dos cursos é de R$ 468,20 ou em quatro parcelas de R$ 117,00. É importante ressaltar que as vagas podem estar preenchidas antes do dia 04 de março.

Mais informações; Rua São Francisco Xavier, 524, 11º andar, bloco F, sala 11.010, de segunda a sexta-feira, das 09h às 17h; ou pelos telefones: (21) 2334-2027, 2234-2038 e 2334-0639.

Agência UERJ de notícias

Projetos antienchente ficam parados no Congresso

Projetos antienchente ficam parados no Congresso: "Em meio às chuvas que deixaram milhares de vítimas e desabrigados no Rio e São Paulo, mais de 30 projetos com medidas para minimizar os efeitos das enchentes estão parados no Congresso. A informação é da reportagem de Gabriela Guerreiro publicada na edição desta sexta-feira da Folha (íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL).
Região serrana do Rio registra mais de 500 mortos

Rio tem maior desastre em nº de mortes no país

Veja lista parcial de mortes na região serrana do Rio

Saiba como fazer doações para as vítimas das chuvas

Veja imagens dos estragos no Rio

Leia a cobertura sobre as chuvas em todo o país

Veja cobertura sobre chuvas na região serrana do Rio
De acordo com o texto, as propostas vão de benefícios fiscais para quem doa recursos às vítimas das chuvas até informações solicitadas ao governo federal em tragédias passadas que nunca chegaram ao Legislativo. A cada novo episódio com desabrigados e destruição de municípios, congressistas apresentam propostas que acabam, a maioria, sem sair do papel.
Leia mais (14/01/2011 - 08h22)"

Unisinos lança novas especializações e MBAs

A Unisinos está lançando três novos cursos que podem interessar empresários e profissionais da área de administração e TI. A especialização em Qualidade de Software, na modalidade ensino a distância, o MBA em Gestão do Comportamento Organizacional e o MBA Mercado de Capitais estão com as inscrições abertas até 19/3. Voltado para a formação de profissionais de desenvolvimento de sistemas na área de qualidade, tanto de processos como de produtos, a especialização em Qualidade de Software tem sua estrutura focada em modelos nacionais e internacionais como MPS.BR e CMMI. No curso, o aluno terá aulas de gestão de qualidade e tópicos especiais como melhoria de processos de software e métodos ágeis.
Outra novidade é o MBA em Mercados de Capitais: Gestão de Ativos e Passivos, que surge como resposta aos interessados que procuram qualificação e atualização na área, impulsionados pelos investimentos externos no mercado de capitais brasileiro, bem como pelo crescente interesse de pequenos investidores nesse mercado. O MBA em Gestão do Comportamento Organizacional, outro lançamento, propõe uma análise e intervenção das relações entre pessoas e organizações.

A universidade ainda oferece outra especialização voltada para a área tecnologia: Gestão da Manutenção Industrial. O curso visa qualificar profissionais para as atividades de assistência técnica, engenharia de sistemas produtivos, manutenção industrial, especificação e compras de sistemas e gestão de conhecimento tecnológico ligado à manutenção e operação de conjuntos complexos.

As aulas do MBA em Mercado de Capitais serão ministradas em Porto Alegre, já aqueles que se inscreverem para o MBA em Gestão em Comportamento Organizacional poderão cursar na capital, em São Leopoldo, Caxias do Sul e Bento Gonçalves. A especialização em Gestão da Manutenção Industrial será ofertada apenas no campus de São Leopoldo. As inscrições podem ser feitas através do site www.unisinos.br/educacaocontinuada ou pelo telefone 3591-1122. 

Secretaria do Trabalho oferece mais de três mil vagas de emprego




Interessados podem se cadastrar pela internet

14/01/2011

Foto: Banco de Imagem/Prefeitura do RioA Secretaria Municipal de Trabalho e Emprego oferece 3.279 vagas de emprego. Destas, 70 são destinadas aos portadores de deficiência. As vagas estão disponíveis nos Centros Públicos de Emprego, Trabalho e Renda da SMTE, podendo os interessados fazerem seus cadastros também pelo portal http://sigaeweb.mte.gov.br/trabalhador.

Há oportunidades para candidatos com ensino fundamental, médio e superior, completo ou incompleto. Os trabalhadores que pretendem cadastrar seus currículos em busca de uma chance para entrar no mercado de trabalho encontrarão vagas como cobrador de transportes coletivos, copeiro, motorista de ônibus e caminhão, caixa de supermercado, garçom, operador de telemarketing e engenheiro mecânico, entre outras.

Planetário da Gávea estreia novo filme sobre Sistema Solar




Público aprende sobre a composição do Sistema Solar através dos recursos de planetário

14/01/2011

Foto: Banco de Imagem/Prefeitura do RioO novo filme da Fundação Planetário, Infinitum, estreou para o grande público na programação de férias do Planetário da Gávea. A novidade está sendo exibida de terça a sexta-feira, às 18h, e aos sábados, domingos e feriados, às 16h40, até o dia 11 de fevereiro.
 
A animação é uma coprodução da Fundação Planetário e do Núcleo de Arte Digital e Animação da Puc-Rio. O filme transmite de forma divertida o que é ensinado nas salas de aula sobre o Sistema Solar. Infinitum conta a história de quatro amigos adolescentes que usam a imaginação para se transportarem para dentro de um jogo de tabuleiro sobre o Universo. Enquanto os amigos viajam pela galáxia, o público aprende sobre a composição do Sistema Solar através dos recursos de planetário.
 
Na programação de férias destacam-se também os filmes A Janela Mágica e O Aniversário do Pingo, ambos indicados para o público acima de 6 anos. O Planetário da Gávea fica na Rua Vice-Governador Rubens Berardo, 100, na Gávea. Informações pelo telefone (21) 2274-0046.

Zoológico promove colônia de férias especial para pessoas com deficiência



Serão montadas tendas com oficinas de recreação e várias atividades pedagógicas e sensitivas

14/01/2011

O Zoológico do Rio vai promover a Colônia de Férias para Pessoas com Deficiência, nos próximos dias 17, 18 e 19, onde os participantes terão a oportunidade de aprender sobre os animais da fauna brasileira.

Serão montadas tendas com oficinas de recreação e várias atividades pedagógicas e sensitivas, através do tato, odor, visão e audição. As atividades serão realizadas com materiais de diferentes formas e texturas, como lixas, pelúcia, emborrachados, massa de modelar, peles, penas, entre outros.

O novo projeto será desenvolvido e acompanhado por técnicos do espaço “Os Sentidos e o Meio Ambiente” do Zoo carioca. Mais informações e inscrições pelos telefones 8909- 1301 e 9618- 8826 ou através do e-mail taniasentidoszoo@gmail.com.