quarta-feira, 21 de novembro de 2012

FIQUE SABENDO - CONCURSO TIRANDO A DROGA DE CENA 2012

 http://creja.blogspot.com/
CONCURSO TIRANDO A DROGA DE CENA 2012:
Todos os anos a Coordenadoria Especial de Promoção da Política de Prevenção à Dependência Química realiza o Concurso Tirando a Droga de Cena. Este ano tivemos a décima primeira edição do concurso que tem o objetivo de fazer com que crianças e jovens passem a discutir em sala de aula as consequências do uso de drogas e as maneiras de evitá-las. Com nossos alunos de PEJA II, participamos com duas produções. Os vídeos foram apresentados no auditório para todos os alunos que a partir da visualização, participaram de debates sobre o tema.
Confiram abaixo os trabalhos.

 http://youtu.be/VsDznawvpAw

Vídeo produzido a partir de um seminário realizado pela turma 166 (UP 2 do Bloco II) do CREJA = Parte da atividade disciplinar de Ciências do 2º trimestre.


Vídeo produzido por alunos do Bloco I, a partir de debates em sala de aula.

Oportunidade de estágio

 http://adaoblogado.blogspot.com/
Oportunidade de estágio:

SAÚDE PRESENTE NA E. M. MANUEL DE ABREU

CSM NASCIMENTO GURGEL esteve na ESCOLA MUNICIPAL MANOEL DE ABREU realizando atividade de Higiene em Saúde Bucal.
  1. Orientações quanto a escovação;
  2. Escovação;
  3. Avaliação Epidemiológica;
  4. distribuição de Kits
PSE - SAÚDE PRESENTE NA ESCOLA

https://mail-attachment.googleusercontent.com/attachment/?ui=2&ik=8e3d23bdd9&view=att&th=13af1fd5a9904a0d&attid=0.1&disp=inline&safe=1&zw&saduie=AG9B_P9697NNOVRuMbfGeb71x-Na&sadet=1353513164068&sads=SNrYOav1K36WeorZVunWex7QTlkFoto0138_001.jpghttps://mail-attachment.googleusercontent.com/attachment/?ui=2&ik=8e3d23bdd9&view=att&th=13af1fd5a9904a0d&attid=0.4&disp=inline&safe=1&zw&saduie=AG9B_P9697NNOVRuMbfGeb71x-Na&sadet=1353513276677&sads=CvT5JGsVY-9vYJer3qAwLIMwfJUFoto0140_001.jpg
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SAÚDE PRESENTE NA CRECHE MUNICIPAL EDNA LOTT

O CMS EDMA VALADÃO é o responsável por desenvolver as ações do PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA na CRECHE MUNICIPAL EDNA LOTT, localizada em Acari.  As atividades desenvolvidas  por esta equipe  foram de Saúde Bucal onde estiveram presentes a  técnica de saúde bucal Rosangela Gusmão,a auxiliar Alessandra Regina e Kelly Cristina agente de saúde bucal  e desenvolveram as seguintes atividades:
  1. Aplicação de fluor nas crianças dos maternais;
  2. Escovação

No dia 06/11 estiveram novamente aqui as agentes de saúde e pesaram e mediram as crianças das turmas 50,40,30 e 31.

SAÚDE PRESENTE NA ESCOLA OTÁVIO KELLY

O CMS NASCIMENTO GURGEL compareceu a E. M. OTÁVIO KELLY para fazer atividade de promoção de saúde, conversando sobre o tema Higiene - ESCABIOSES.

Pediculose da cabeça (Piolhos)
O que é?
A pediculose da cabeça é uma doença parasitária, causada pelo Pediculus humanus var. capitis, vulgarmente chamado de piolho da cabeça. Atinge todas as classes sociais, afetando principalmente crianças em idade escolar e mulheres.
É transmitida pelo contato direto interpessoal ou pelo uso de objetos como bonés, gorros, escovas de cabelo ou pentes de pessoas contaminadas.
Manifestações clínicas
A doença tem como característica principal a coceira intensa no couro cabeludo, principalmente na parte de trás da cabeça e que pode atingir também o pescoço e a região superior do tronco, onde se observam pontos avermelhados semelhantes a picadas de mosquitos.
Com a coçadura das lesões pode ocorrer a infecção secundária por bactérias, levando, inclusive, ao surgimento de glânglios no pescoço.
Geralmente a doença é causada por poucos parasitas, o que torna difícil encontrá-los, mas em alguns casos, principalmente em pessoas com maus hábitos higiênicos, a infestação ocorre em grande quantidade.
Outra característica da pediculose é a presença das lêndeas, que são os ovos do parasita, depositados pelas fêmeas nos fios de cabelo. Tem coloração esbranquiçada e ficam grudados nos fios a cerca de 1cm do couro cabeludo.
Tratamento
O tratamento da pediculose da cabeça consiste na aplicação local de medicamentos específicos para o extermínio dos parasitas sob a forma de shampoos ou loções. Existe também um tratamento em comprimidos, cuja dose varia de acordo com o peso da pessoa acometida. Ambos os tratamentos devem ser repetidos após 7 dias. Em casos de difícil tratamento, os melhores resultados são obtidos com a associação dos tratamentos oral e local.
A lavagem da cabeça e utilização de pente fino são importantes para a retirada dos piolhos e lêndeas, que devem ser removidas em sua totalidade, já que os medicamentos muitas vezes não eliminam os ovos. Se as lêndeas não forem retiradas, darão origem a novos piolhos.
Para facilitar a remoção das lêndeas, pode ser usada uma mistura de vinagre e água em partes iguais, embebendo os cabelos por meia hora antes de proceder a retirada com a passagem do pente fino ou manualmente, uma a uma.
Em crianças que frequentemente aparecem com piolhos, recomenda-se manter os cabelos curtos e examinar a cabeça em busca de parasitas, usando o pente fino sempre que chegarem da escola, que é, geralmente, o principal foco de infecção.
As meninas de cabelos compridos devem ir à escola com os cabelos presos. Orientar as crianças para não compartilhar objetos de uso pessoal como pentes, escovas de cabelo, bonés, gorros, bandanas, arcos, etc .
A escola deve ser comunicada quando a criança apresentar a doença para que os outros pais verifiquem a cabeça de seus filhos, de modo que todos sejam tratados ao mesmo tempo, interrompendo assim o ciclo de recontaminação.

Escabiose (Sarna)
O que é?
A escabiose ou sarna é uma doença parasitária, causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei (foto). É uma doença contagiosa transmitida pelo contato direto interpessoal ou através do uso de roupas contaminadas. O parasita escava túneis sob a pele onde a fêmea deposita seus ovos que eclodirão em cerca de 7 a 10 dias dando origem a novos parasitas.
Manifestações clínicas
A doença tem como característica principal a coceira intensa que, geralmente, piora durante a noite. A lesão típica da sarna é um pequeno trajeto linear pouco elevado, da cor da pele ou ligeiramente avermelhado e que corresponde aos túneis sob a pele. Esta lesão dificilmente é encontrada, pois a escoriação causada pelo ato de coçar a torna irreconhecível. O que se encontra na maioria dos casos são pequenos pontos escoriados ou recobertos por crostas em consequência da coçadura. É possível a infecção secundária destas lesões com surgimento de pústulas e crostas amareladas.
As lesões atingem principalmente os seguintes locais: abdomem, flancos, baixo ventre, umbigo, pregas das axilas, cotovelos, punhos, espaços entres os dedos das mãos e sulco entre as nádegas.
Nos homens, localização característica são os genitais, onde formam-se lesões endurecidas e elevadas no pênis e na bolsa escrotal, que coçam muito. Nas mulheres, é comum os mamilos serem afetados pela doença. Nos bebês, o acometimento das plantas dos pés e palmas das mãos é frequente.
A escabiose raramente atinge a pele do pescoço e da face, exceto nas crianças, em quem estas regiões podem também ser afetadas.
Tratamento
O tratamento da sarna consiste na aplicação de medicamentos sob a forma de loções na pele do corpo todo, do pescoço para baixo, mesmo nos locais onde nao aparecem lesões ou coceira. Após terminada a primeira série do tratamento, este deve ser repetido uma semana após, para atingir os parasitas que estarão deixando os ovos. Medicamentos para o alívio da coceira devem ser utilizados, porém não são os responsáveis pela cura.
O tratamento também pode ser realizado por via oral, sob a forma de comprimidos tomados em dose única. Pode ser necessária a repetição após 1 semana. Em casos resistentes ao tratamento, pode-se associar os tratamentos oral e local.
As roupas de uso diário e as roupas de cama devem ser trocadas todos os dias, colocadas para lavar e passar a ferro. Todas as pessoas da casa que tiverem qualquer tipo de coceira devem se tratar ao mesmo tempo, para evitar a recontaminação. As unhas devem ser escovadas com sabonetes apropriados para a retirada de parasitas ali depositados pelo ato de coçar.
Para evitar a doença não use roupas pessoais, roupas de cama ou toalhas emprestadas, evite aglomerações ou contato íntimo com pessoas de hábitos higiênicos duvidosos.
Em pessoas com bons hábitos higiênicos, a sarna pode ser confundida com outras doenças que causam coceira, devendo o diagnóstico correto ser realizado por um médico dermatologista que indicará o tratamento ideal para cada caso.
Colaboração: Dr. Roberto Barbosa Lima - Dermatologista

FONTE:  http://www.dermatologia.net/novo/base/index.shtml

SAÚDE PRESENTE NA C. M. SÍLVIO AMÂNCIO



A Equipe da Policlínica Augusto do Amaral Peixoto  - PAAP - esteve na nossa Creche e fez vacinação de bloqueio da catapora  em todas as crianças. Agradecemos o carinho e o empenho da equipe no atendimento de nossas crianças e funcionários, principalmente da servidora Rosane que fez diversos contatos conosco na certeza de imunizar todas as crianças.
PSE - SAÚDE PRESENTE NA ESCOLA

SAÚDE PRESENTE NA E. M. ANA DE BARROS CÂMARA

O  CMS Fazenda Botafogo esteve na Escola Municipal Ana de Barros Câmara realizando atividades de Promoção de Saúde e de verificação epidemiológica de incidência de casos de Escabioses.
Toda equipe da Escola colaborou e as crianças poderam falar  e aprender um pouco mais sobre higiene e a Escabiose.

 

 
Ações de saúde bucal com Drª Cristiane e THB Claudete gaia promoção da saúde com Drª Berenice e equipe Lacy Ferreira sobre higiene , investigação de escabiose e pediculose
PSE - SAÚDE PRESENTE NA ESCOLA

Aumento de crianças com necessidades especiais na rede pública expõe carências e preconceitos

http://portal.aprendiz.uol.com.br/
Por Flávia Vilella, da Agência Brasil

O número de escolas de educação básica com matrículas de estudantes que precisavam da educação especial cresceu 615%
De 2003 para 2011, o número de alunos com deficiência ou doenças crônicas, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação cresceu 164%. Segundo o Ministério da Educação, em 2003, 28% dos alunos que precisavam da educação especial estudavam em classes comuns e o restante, em classes especiais. Em 2007, o percentual desses alunos incluídos nas classes regulares passou para 54% e, no ano passado, para 74%, com 752 mil estudantes inscritos.
O número de escolas de educação básica com matrículas de estudantes que precisavam da educação especial cresceu 615%. Para pedagogos e especialistas, o aumento reflete a maior inclusão de grande parte desse grupo no ambiente escolar. Antes, esses estudantes viviam confinados em casa ou em escolas especiais. A chegada desses alunos na rede pública também revela as carências e preconceitos de quem lida com esse público.
A pedagoga Glória Fonseca Pinto trabalha com crianças e adolescentes com doenças crônicas e deficientes há mais de dez anos no Rio de Janeiro. Segundo ela, para incluir esse grupo na escola não basta apenas a matrícula. “O sistema precisa se preparar melhor para acolher essas crianças com mais qualidade. As escolas precisam entender que precisam se adaptar a essas crianças e não o contrário. Existem muitos exemplos [bem-sucedidos] de crianças com comprometimentos que conseguem se formar e ganhar muita independência”.
Ela lamentou o fato de diversas escolas ainda recusarem esse estudantes. “A criança especial pode e deve frequentar uma escola regular, mas infelizmente não é toda a escola que a aceita por não ter currículo, [não dispor de] rampa e de material humano. Mas não existe receita de bolo e as escolas precisam se predispor a aceitar essas crianças”.
No Rio de Janeiro, em um ano, esse grupo de estudantes aumentou 15% na rede estadual, de acordo com a Secretaria Estadual de Educação (Seeduc), com 3 mil alunos da educação especial no universo de 1 milhão de inscritos na rede estadual.
Para a professora Márcia Madureira, da equipe da Coordenação de Inclusão Educacional da Seeduc, o incremento na entrada dessas crianças e adolescente reflete um movimento de inclusão por parte da rede de ensino, mas traz enormes desafios. “O aumento do fluxo é um bom sinal e são muitos os desafios, mas estamos tentando ampliar os serviços para atender a essa demanda, como transformar todas as escolas acessíveis para cadeirantes”.
Segundo a Secretaria Estadual de Educação, 3.564 alunos com deficiência ou doenças crônicas foram inscritos na rede estadual de ensino no 1º semestre de 2012. São aproximadamente 200 Salas de Recursos que oferecem Atendimento Educacional Especializado (AEE) aos alunos com necessidades especiais e cerca de 150 profissionais atuam nestas salas.
Para a coordenadora do Núcleo de Apoio a Projetos Educacionais e Culturais, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Magdalena Oliveira, as escolas do país não estão estruturadas para receber as crianças e adolescentes com deficiência. “Com cerca de 40 alunos, é óbvio que a professora não terá estrutura para atender essa criança com deficiência. Uma escola capaz de receber uma criança com deficiências deveria ter uma fisioterapeuta motora, uma fisioterapeuta respiratória, uma fonoaudióloga, uma psicomotricista, uma terapeuta ocupacional, além de um psicólogo para poder dar apoio ao corpo docente e às crianças”.
Magdalena ressaltou que a exclusão dessas crianças e adolescentes do ambiente escolar prejudica seu desenvolvimento, pois ficam isoladas do convívio social. “A escola é o único lugar onde a gente começa a vida tendo que dar conta de ter que conviver com os amigos, aguentar a pressão dos professores e dos amigos. Isso dá para a criança uma independência e uma maturidade emocional que a gente enquanto mãe não consegue dar”. A pedagoga lembrou que a convivência das outras crianças com esse grupo também é frutífera, pois fortalece o respeito às diferenças.

Encontro de Cuidadores na Saúde do Município do Rio de Janeiro

http://saudementalrj.blogspot.com/Encontro de Cuidadores na Saúde do Município do Rio de Janeiro:

SAÚDE PRESENTE NA E. M. DEP. PEDRO FERNANDES

O CMS FAZENDA BOTAFOGO  este presente na Escola Municipal Deputado Pedro Fernandes fazendo ações ligadas a Saúde Bucal.
Saiba e veja um pouco do que aconteceu nestas visitas:
  • 04/10/2012 - Palestra Educativa sobre escovação e brincadeiras sobre o tema com as crianças;
  • 17/10/2012 - Escovação dental supervisionada + aplicação de flúor + levantamento epidemiológico;
  • 24/10/2012 - Escovação dental supervisionada + aplicação de flúor + levantamento epidemiológico;
Profissionais participantes: Lívia Oliveira (dentista) e Fernanda Pereira (ASB).

Seguem em anexo as fotos das atividades.

Entrevista Maura Barbosa – Qual o papel do gestor escolar?

 http://www.blogeducacao.org.br/
Entrevista Maura Barbosa – Qual o papel do gestor escolar?

SEMINÁRIO ANUAL DE SAÚDE MENTAL

Participem!!

Só 11% da verba de projetos educacionais para igualdaderacial foi usada

http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/Só 11% da verba de projetos educacionais para igualdade racial foi usada:
Priscilla Borges
Ensino da história e cultura afro-brasileira ainda está longe das salas de aulas, apesar de lei que institui o tema nos currículos ter sido criada há 10 anos
Perto de completar uma década, a Lei nº 10.639 quase não saiu do papel. Ela tornou o ensino de história e cultura afro-brasileira obrigatório nos currículos do ensino fundamental e do ensino médio. Isso implica tratar da história da África, a luta dos negros no Brasil e suas contribuições para o desenvolvimento do País nos diferentes níveis de ensino.
Colocá-la em prática significa não só mudar currículos para tratar o tema de diferentes maneiras nas escolas, mas formar professores para isso. As recomendações e diretrizes do Ministério da Educação e do Conselho Nacional de Educação nesse sentido são numerosas, mas as duas frentes não fazem parte da rotina nas escolas e nas universidades.
Ainda há poucos projetos sendo executados nas escolas e a formação não está nos currículos dos professores. Levantamento obtido pelo iG mostra que, na maioria das universidades e institutos federais do País, disciplinas que tratam das relações étnico-raciais não são oferecidas e, quando existem, têm caráter optativo.
Em paralelo, os recursos destinados a financiar ações em escolas e universidades sobram nos cofres públicos. De acordo com o Siga Brasil, sistema de informações sobre orçamento público, pouco mais de 11% da verba reservada para projetos educacionais que promovam a igualdade racial em 2012 foram usados até o momento.
Leia também: Número de escolas quilombolas cresce no Brasil
De acordo com o relatório de novembro da Lei Orçamentária Anual (LOA), no início de 2012, o montante destinado às ações educacionais para o tema era de R$ 1,3 bilhão. Foram executados R$ 149 milhões (11,5% do total). Além desse total, outros 126 milhões foram comprometidos com as ações, mas não chegaram a ser pagos até este mês.
A maior parte desses recursos foi gasta em ações na educação básica (14,3% dos R$ 908 milhões destinados a isso). A verba se destinou às ações de capacitação e formação inicial e continuada de professores e profissionais e ao apoio das atividades em comunidades do campo, indígenas, remanescentes de quilombos e crianças com deficiência.
Nas universidades, apenas 5% do orçamento foram usados. Quase tudo dos R$ 390 milhões destinados ao ensino superior deveriam dar suporte a entidades não-federais (R$ 350 milhões) e nada foi executado. O recurso de fato aproveitado nessa etapa de ensino foi o dedicado às bolsas de permanência. Dos 39 milhões, 49% foram gastos com os programas.
No ensino superior: Há bolsas de permanência para negros
A dificuldade em utilizar os recursos, no entanto, não se restringiu à área educacional. Os dados mostram também que apenas 9,56% dos R$ 1,9 bilhão destinado à igualdade racial foram gastos até novembro.
Burocracia X falta de projetos
Na opinião do técnico em gestão educacional Antonio Gomes da Costa Neto, que realizou levantamentos para verificar o cumprimento da lei 10.639 no orçamento e junto às universidades, a sobra de recursos é a prova de que a aplicação da lei engatinha. “Os recursos não são poucos, mas não estão sendo gerenciados como deveriam. As secretarias deveriam criar mais programas e os gestores, induzi-los”, afirma.
Para Ana Marques, coordenadora de Educação em Diversidade da Subsecretaria de Educação Básica do Distrito Federal, a burocracia “emperra” a utilização dos recursos. “O dinheiro está lá, mas, às vezes, ele é fictício, porque precisamos passar por caminhos muito complicados para chegar até ele”, critica.
Trabalho: Governo prepara projeto de cotas para negros no serviço público
A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação afirma que há universidades e projetos que aplicam bem os recursos. “As atribuições contidas do MEC contemplam: promover, de forma colaborativa com Estados, municípios, instituições de ensino superior e entidades, a formação de professores e a produção de material didático para atendimento da lei e criar mecanismos de supervisão, monitoramento e avaliação do plano de implementação da lei. Há experiências exitosas.”
Esforços individuais
A Lei 10.639, de janeiro de 2003, determinou que o conteúdo referente à história e à cultura afro-brasileira e africana seria assunto de todos os currículos escolares da educação básica, “especialmente” nas disciplinas de artes, literatura e história. Em 2008, a Lei 11.645 deu a mesma orientação para a temática indígena. O termo “especialmente”, no entanto, se tornou quase exclusivamente.
Nas universidades: Disciplina sobre educação étnico-racial não está nos currículos
Na prática, coordenadores e professores contam que o conteúdo só aparece nessas disciplinas. Quando aparece. Depende de iniciativas isoladas, de professores sensíveis ao tema. Em geral, negros. “Geralmente, a iniciativa parte de um professor negro. No imaginário social, quem tem de tratar de negro é negro. A lógica não pode ser essa”, afirma Ana Marques. A coordenadora do Distrito Federal acredita que falta muito para a lei se tornar realidade nas escolas.
“A aplicação da lei não aconteceu. As universidades não cumpriram as mudanças na formação e as escolas só falam do negro no Dia da Consciência Negra”, comenta Ana Marques. A data foi instituída pela lei 10.639 e é comemorada nesta terça, 20 de novembro. Para muitos professores, Ana ressalta, não há necessidade de debater o tema. “A primeira e maior dificuldade ainda é a ideia de que temos uma democracia racial”, diz.
Unanimidade: STF julga constitucionais as cotas raciais em universidades
Euterlúcia Souza e Shirley Cunha, professoras de história do Centro de Ensino Médio 1 do Gama, no Distrito Federal, concordam. No colégio, que tem uma das práticas mais duradouras na área, só as duas cuidam dos projetos que incorporam a lei. As duas são negras. “Nosso sonho é que essa fosse uma preocupação da escola e não de nós duas”, desabafa Euterlúcia.
No CEM 1, as três séries do ensino médio têm projetos sobre o tema. Mas a intensidade da conversa sobre essas relações cresce no 3º ano. Durante os dois anos anteriores, a tentativa das professoras, que contam com o apoio de alguns docentes da filosofia, português e artes, é trabalhar a identidade dos jovens. Eles são convidados a pensar em suas origens e seu futuro. No 3º ano, um grande seminário é promovido durante dois dias sobre o tema.
“Nós buscamos trazer conhecimento para a escola. Mas é muito difícil conseguir verba para o material, o lanche. Mas tem dado certo”, conta Shirley. Euterlúcia lembra que a escola se preocupa em não fazer do encontro apenas uma festa. “O trabalho não pode ser pontual. Precisa deixar um legado para esses estudantes e a escola”, ressalta.
Pelo jeito, o objetivo das professoras tem sido atingido. Estudantes do terceiro ano garantem que muita coisa mudou na vida deles depois do projeto. Arthur Dias Bernardo, 17, conta que não concordava com as cotas, carregava preconceitos, faltava informação. “Eu não tinha conhecimento e agora tenho”, diz.
Izabella Vieira, 16, defende que outras disciplinas também insiram o tema em suas aulas. Para Thaylinne Lima, 17, o assunto não deveria ganhar visibilidade só nessa época do ano e os seminários deveriam ser estendidos para as outras séries. “A gente deveria discutir preconceito e racismo desde a infância, para chegarmos mais maduros no ensino médio”, afirma Catrina Nonato, 17.
Em Brasília: UnB já formou mais de 1 mil universitários pelas cotas
Maria Clara Aragão Alves, 17, lembra que não só a escravidão conta a história dos negros. “Não se fala muito da cultura que eles nos deixaram. Por isso a lei também é importante”, diz.
A Secretaria de Educação do Distrito Federal criou, em dezembro de 2011, uma coordenação para cuidar do tema da diversidade. O grupo elaborou orientações para as escolas e tem realizado cursos de formação. A adesão, no entanto, ainda é baixa. De seis turmas abertas para um curso sobre o tema, apenas duas foram preenchidas este ano. “Eles reclamam de formação, de material, mas cada vez isso é mais oferecido. Esperamos avançar”, conta Ana.
Estudantes contam que aulas "mudaram tudo": diminuíram preconceitos e ajudaram a muitos encontrarem a própria identidade
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Foto: Alan Sampaio / iG Brasília
O projeto do Centro de Ensino Médio 1 do Gama trabalha com identidade negra no primiero ano e termina com um seminário sobre história, cultura e direitos no terceiro
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Foto: Alan Sampaio / iG Brasília
Professoras de História conduzem projeto para aplicar lei 10.639, que torna ensino de história e cultura africana nas escolas, em colégio de Brasília: "somos as únicas"
Professoras de História conduzem projeto para aplicar lei 10.639, que torna ensino de história e cultura africana nas escolas, em colégio de Brasília: "somos as únicas"
Foto: Alan Sampaio / iG Brasília