sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

População deve tomar cuidados para evitar doenças pós-enchentes

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População deve tomar cuidados para evitar doenças pós-enchentes:

Foto: Valter Campanato / ABr
As fortes chuvas dos primeiros dias do ano mais uma vez fizeram vítimas no Rio de Janeiro. Apesar de o tempo ter melhorado e as águas dos rios já terem baixado, a enchente expos os moradores da Baixada Fluminense a várias doenças. Para diminuir a exposição e proteger a população desses riscos, o Ministério da Saúde está focando em ações de vigilância nesses locais. Eliane Lima e Silva, responsável pelo Vigidesastres, explica que orientar as pessoas é o principal foco das secretarias municipais e estaduais de saúde nesse momento.
Diversos cartazes informando sobre os cuidados que devem ser tomados para evitar contaminação foram espalhados pelas regiões afetadas. Também foram feitas gravações para divulgação nas rádios e em carros de som. “Nós sabemos que é difícil seguir todas as orientações, porquê no momento do desespero as pessoas não estão pensando no que pode vir depois. Mas elas precisam ter o maior acesso a informação possível para proteger a saúde dos moradores”, alerta Eliane Lima.
As doenças que mais atingem a população no período de enchentes são leptospirose, hepatite, doenças diarreicas, dengue, febre tifoide e cólera, além do tétano que pode acontecer durante a limpeza das casas, e dos problemas respiratórios que podem vir com a poeira quando as águas baixam totalmente. O acúmulo de lixo também favorece a proliferação de animais e insetos causadores de doenças, como ratos, baratas e mosquitos. As pessoas devem ficar atentas ao tempo de manifestação dos sintomas. A hepatite “A”, por exemplo, pode se manifestar entre 15 e 50 dias após a contaminação, e no caso de leptospirose, de uma a duas semanas.
Evitar o contato com a água da enchente é a primeira medida a ser tomada, pois o risco de contrair doenças aumenta conforme o tempo de exposição à água ou à lama. Quanto à água para beber, deve-se utilizar o hipoclorito de sódio antes de consumir. A substância trata a água e a torna própria para o consumo, explica Mariley Daniel, técnica do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano do Ministério da Saúde.
“Deve ser colocado duas gotas do conteúdo do frasco em cada litro de água. Caso ela esteja com bastante lama, bastante material em suspensão, deve ser filtrada antes de colocar as duas gotas do hipoclorito. Basta pegar um coador de café, de pano ou papel, e passar a água. Também pode ser um pano bem limpinho. É importante que a água contaminada, depois de ser potabilizada, seja armazenada em um recipiente limpo para não se contaminar novamente”, detalha Mariley.
O Ministério da Saúde tem enviado o hipoclorito às secretarias de saúde dos locais afetados para que a população não fique sem acesso ao produto, e disponibilizado laboratórios móveis para fazer analise das águas dos abrigos e das que abastecem as regiões.
O perigo de se contaminar também está na ingestão dos alimentos e na limpeza dos ambientes. “Os moradores dessas regiões não devem comer alimentos que tiveram contato com a água da enchente porque podem estar contaminados. Para limpar as casas e os comércios devem usar sacos plásticos nos pés e luvas nas mãos e usarem água sanitária e sabão na limpeza”, conclui Eliane Lima, responsável pelo Vigidesastres.
Outros cuidados:
  • Para evitar a presença de ratos, mantenha os alimentos bem guardados, em recipientes bem fechados e distantes do chão; conserve a cozinha limpa; retire as sobras de alimentos ou ração dos animais domésticos antes de anoitecer; evite o acúmulo de objetos sem uso no quintal ou dentro da cozinha e guarde o lixo em sacos plásticos bem fechados e em locais altos até a coleta ocorrer.
  • Para evitar o tétano acidental, a melhor e mais segura forma de prevenção é a vacinação, disponível nos postos de saúde. Proteja pernas, pés, braços e mãos quando for manusear resíduos sólidos. Caso não lembre se foi vacinado, procure o serviço de saúde mais próximo e vacine-se.
  • Para evitar acidentes com serpentes, aranhas e escorpiões, entre com cuidado em casa e bata colchões, sofás, roupas, sapatos, toalhas e lençóis. Caso encontre algum animal peçonhento, entre em contato com o Centro de Controle de Zoonoses ou o corpo de bombeiros.
  • Realize a limpeza da caixa d’água.
Camilla Terra / Blog da Saúde, com informações da Agência da Saúde

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